sexta-feira, 17 de abril de 2015

Tick-tock

Hoje acordei pensando e acabei chorando.
Chorei por lembrar das coisas e pessoas que, abruptamente, foram tiradas da minha vida.
Coisas que quando olhava, me  emocionavam e proporcionavam um imensurável conforto, hoje não deixam uma sombra do que já foram um dia.
Pessoas que quando você vai para conversar, lembra que não são mais amigas, então escolhe outro caminho para não ter que passar pela pessoa, pois sabe que só de estar perto, faz com que você sinta saudades.
Chorei por aquelas pessoas que o tempo me fez esquecer e hoje lembro, com um nó na garganta, de todas as risadas, piadas, conversas, uma ação, como apostar em um bolão, ou simplesmente ir a casa da pessoa nadar e fofocar o dia todo.
Pessoas que você ensinou viver e se adaptar, e hoje se tornaram tão irreconhecíveis, que nem se olham nos olhos mais.
Chorei por perceber que por mais que você queira parar para respirar, o tempo não dá brechas. Percebi que de nada adianta olhar para o passado com os olhos úmidos, se vamos esquecer de viver o presente e chegar ao futuro.
Mas de qualquer forma, o tempo é cruel. Ele arranca as pessoas da sua vida, mas continua eu tick-tock vicioso, obrigando você e outras pessoas a seguirem em frente.
Hoje acordei pensando em todas as pessoas, coisas e sentimentos que saíram aos poucos da minha vida. Chorei por aqueles que, inevitavelmente, a vida levará embora.
Chorei por perceber a verdade: nada é permanente, tudo se desgasta ou o tempo leva embora, como um castelo de areira construído na beira do mar, é só uma questão de tempo até que uma onda venha e o destrua.
Chorei, mas nenhuma lágrima, de fato, saiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário