Aquele amigo não parece mais o mesmo, é como se todos te culpassem por algo, o passado inunda o presente de uma forma cruel e traiçoeira. Então surge a pergunta: o que fazer nessas horas quando as lágrimas não saem por mais acabada que você esteja? Quando você tem esperança de que o choro lave sua alma, mas sabe, lá no fundo, que não melhora em nada e ainda nos faz ficar com o nariz vermelho?
Contar até dez não adianta. Beber água devagar não adianta. Ouvir aquela música especial não adianta.
E o que eu faço nessas horas? Assumo a raiva, invoco o medo e os controlo. Aquieto-os em meu subconsciente, mas sinto a presença deles. Sinto-os remoendo e se contorcendo, mas os controlo. Isso é auto-controle. Não é superar ou esquecer, é sentir cada coisa de foma necessária. É ter essa presença constante, mas impedir que te preencha e possua. É saber que mesmo que as lágrimas venham, não irão sarar nada, então simplesmente não vale a pena chorar. É canalizar toda negatividade e transformar em algo bom, algo positivo. Afinal, depois tantas coisas ruins, acaba a negatividade e, obrigatoriamente, resulta em algo extraordinário.

Nenhum comentário:
Postar um comentário